A 13 de Maio passado a Conferência Episcopal Portuguesa publicou a Carta Pastoral «Catequese: a alegria do encontro com Jesus Cristo».
O documento completos encontra-se em http://www.conferenciaepiscopal.pt/v1/catequese-a-alegria-do-encontro-com-jesus-cristo/
Aqui, com a devida reverência citamos os parágrafos mais directamente relacionados com a família e a catequese familiar e manifestamos desde já a grande alegria de ver que muitos pais na paróquia acompanham os seus filhos, não só participando nas reuniões de catequese ou outras iniciativas, mas, sobretudo na oração familiar e nos sacramentos.
Invocando a bênção de Deus para todas as famílias da Paróquia,
AVE MARIA
P. António Figueira
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A família
34. A família é “insubstituível” na catequese da infância e, ainda que de modo diferente, da adolescência; isto é, nas fases etárias em que os catequizandos mais dependem dos pais ou outros responsáveis pela sua educação. Ora, se o encontro com Cristo deve atingir a totalidade do ser humano, de modo algum se podem dispensar dele as pessoas que fazem parte da vida dos que com Ele se encontram.
E não há dúvida de que uma das maiores causas do abandono precoce de crianças e adolescentes está na falta de envolvimento dos pais e outros familiares na formação cristã que a comunidade oferece aos filhos. Como podemos querer que o filho reze diariamente e participe regularmente nos atos da vida da comunidade, especialmente na Eucaristia dominical, se o não vê fazer os pais, a que está particularmente ligado?
35. É verdade que os pais, ao pedir o batismo para os filhos (e ainda são a maioria entre nós), prometem, em público, educá-los cristãmente; uma educação que depende muitíssimo do exemplo de vida dos educadores. Só que, chegada a altura da catequese, não basta chamar-lhes a atenção para esse compromisso, querendo como que obrigá-los a uma prática de vida de que eles não sentem necessidade, a uma missão de que não estão convencidos. A fé e a consequente prática cristã pressupõem a liberdade que radica no amor transmitido por Cristo aos que por Ele se deixam conquistar. Mas então que fazer para que isso aconteça com pais que (ainda) levam os filhos à catequese?
O caminho mais fácil e eficaz tem, a nosso ver, de partir daquilo, ou melhor, daqueles que são a razão de ser de qualquer pai ou mãe que se preze: os filhos, o amor que têm por eles e o bem que lhes querem. Na grande maioria dos casos é isso, aliás, que os leva a inseri-los na catequese: reconhecerem o bem que são para eles os valores que nela se transmitem e cuja aceitação o Evangelho facilita. E isto ainda mais num mundo como o nosso em que se sente cada vez mais a falta desses valores. Resumindo: hoje têm de ser os filhos a levar os pais ao (re)encontro com Deus, convencendo-os a participar em tudo o que faz parte da catequese que pedem para os filhos.
Aliás, isso já está a acontecer, embora, em geral, de modo ainda incipiente. Pelo que nos chegou das dioceses, tem crescido o número de pais que acompanham os filhos nas festas ao longo do seu percurso catequético. E dizem-nos que, em muitas comunidades, a preocupação de os preparar para uma participação ativa tem resultado. Há agora que aprofundar e alargar essa participação: aprofundá-la no campo espiritual, para que também os pais saboreiem o encontro pessoal com Jesus Cristo; e alargá-la, tanto quanto possível, aos encontros de catequese, informando os pais dos conteúdos doutrinais aí transmitidos e, principalmente, incentivando-os a viver, com os filhos, de acordo com esses conteúdos. Mas, até neste ponto, já existem entre nós experiências interessantes que veremos no próximo capítulo.
36. Antes disso, há que realçar as vantagens desta inserção dos pais na catequese. A primeira a ganhar é a própria família que se assim se torna mais “igreja doméstica”. Impelidos pelo amor de Cristo, aumenta entre os seus membros a comunhão de que necessitam e que, na sociedade de hoje, está cada vez mais ameaçada. É o caso sobretudo da comunhão entre marido e esposa que o matrimónio abençoa e fortalece pelo amor com o qual Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela (Ef 5, 25). E, de facto, “o matrimónio cristão é um sinal que não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja na Aliança selada na cruz, mas torna presente esse amor na comunhão dos esposos”. E isto para benefício sobretudo dos filhos que precisam não só de que os pais os amem mas também de que se amem mutuamente, com o amor que lhes vem de Deus. Só assim estarão em condições de, com os pais, O amar e invocar como “Pai nosso que estais nos Céus”.
Mas este amor repercute-se muito para além deste âmbito familiar mais restrito. Repercute-se na comunidade cristã, onde, segundo os bispos italianos, “a forma particular de amizade que (as famílias) vivem pode tornar-se contagiosa”. E pode, de modo semelhante, repercutir-se na sociedade, já que “é da família que saem os cidadãos e é na família que encontram a primeira escola daquelas virtudes sociais, que são a alma da vida e desenvolvimento da mesma sociedade”.
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