XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 16/NOVEMBRO/2014

SantaGertrudesMagnaSTA. GERTRUDES MAGNA (1256-1303). Os escritos desta mística alemã beneditina, que nunca foi abadessa, transmitem a alegria da sua fé profunda na Encarnação, na misericórdia de Jesus e numa íntima confiança no Seu Sagrado Coração. Por isso era entusiasta da Eucaristia e da Liturgia. STA. da Humanidade de Cristo e “teóloga” do Sagrado Coração, como por vezes é conhecida, tinha uma espiritualidade de luz e paz fundada na vida litúrgica da Igreja Católica, cujos ofícios divinos cantava diáriamente com STAMatilde, na abadia de Hefta. Esta vidente estigmatizada tinha grande cultura e testemunhou as suas visões e revelações em diversas obras:“O arauto da bondade divina” e em 7 “Exercícios”, editadas em latim no séc.XVI pelo cartuxo João Lamperge e logo traduzidas para as várias línguas.

Provérbios 31,10-13.19-20. 30-31 ; Sal 127, 1-5 ; 1 Tessal. 5, 1-6 ; Mateus 25,14-30

ParabolaDosTalentosELE REGRESSARÁ EM GLÓRIA (Mat.25,14-30). Jesus conta uma parábola para falar da Sua vinda aos discípulos. Mas, passados mais de dois mil anos, como falar do regresso dO Filho de Deus? Domingo após domingo, a Igreja reafirma a fé que lhe vem dos Apóstolos. O Credo dá-nos as palavras para nos apropriarmos deste tesouro imenso que O Senhor confiou aos homens até à Sua volta. “Ele regressará em glória”. Como o senhor da parábola, que quando voltou já não era esperado. A fé no regresso glorioso de Cristo é muito antiga. O Novo Testamento testemunha que as primeiras comunidades cristãs aguardavam o regresso eminente dO Mestre. E hoje? As iniciativas a favor da nova evangelização, a revalorização do diaconado, os apelos para o trabalho nas “periferias”, são ocasiões para despertarem a nossa expectativa no regresso de Cristo. Não as deitemos a perder pois O Mestre pedir-nos-á contas quando vier “julgar os vivos e os mortos”. Que fizemos nós do dom da fé ? Seremos ainda cristãos? Será ela, na verdade, uma Boa-Nova, que nos faz mudar de olhar, de comportamento, de ambição? S. João da Cruz dizia que no final da vida seremos julgados pelo amor. Mas em vez de temor, esse dia do julgamento deveria multiplicar as nossas capacidades de ternura e de serviço aos outros, enquanto esperamos o cumprir das promessas de Cristo. A nossa esperança está aí: “O Seu Reino não terá fim”. Deus acabará por reinar. No fim dos tempos, o Seu amor ganhará todos os recantos do universo. Nós não temos necessidade de compreender tudo. As dúvidas também fazem parte da fé. Deixemo-nos levar pela fé da Igreja.

“Meditações Bíblicas”, trad. das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris. Selecção e Síntese: Jorge Perloiro.