Apartes

TERÇA-FEIRA – 2/DEZEMBRO/2014

BTA. MARIA ÂNGELA ASTORCH (1592-1695). Carmelita catalã, fundadora do mosteiro da “Exaltação dO Santíssimo Sacramento” em Múrcia, onde jazia o seu corpo incorrupto, profanado na Guerra Civil 1936-39. Morreu a cantar o hino “Pange lingua gloriosi”. S. João-Paulo II beatificou-a (1982).

BTO. JOÃO DE RUYSBROECK (1293-1381). Ensinava que a alma encontra Deus no seu Eu mais profundo. Distinguia 3 graus no progresso da “escada espiritual”: vida activa, vida interior, e vida contemplativa. Sacerdote, teólogo e notável escritor místico escreveu obras em flamengo medieval, vertidas para o latim ; por exemplo : “As núpcias espirituais” e “O reino dos amantes de Deus”.

Isaías 11,1-10 ; Sal 71, 2. 7-8. 12-13. 17 ; Lucas 10, 21-24

ArvoreDeJesse_Mostaert“O QUE TU ESCONDESTES AOS SÁBlOS E INTELIGENTES….” (Lucas 10,21-24). Só nos faltava ser “burros”, quando livros inteiros da Bíblia nos convidam à sabedoria!? Notemos porém que Jesus não opõe aos sábios e inteligentes, os insensatos e os espíritos estúpidos, mas sim os pequeninos, ou seja os humildes. Não são pois a inteligência ou o saber que afastam, mas o orgulho do espírito. Na Sua vida e ensino, Jesus sublinhou sempre ser a humildade que leva a Deus. Mas nós não podemos conhecer e amar Deus unicamente por nós mesmos, e teremos de passar por Outro: teremos de passar pelO Filho para conhecer O Pai, pela Igreja para acedermos aO Filho, e pelos homens fracos para compreendermos o mistério da Igreja, santa e pecadora. “…TU O REVELASTES AOS PEQUENINOS.” Felizes seremos se pertencermos a esses pequeninos que aguardam a luz da árvore de Jessé, que ilumina e descobre as obscuridades, numa relação directa com a humildade com que nos dispuzermos a procurá-la, a pedi-la e a recebê-la. Num movimento interior oposto àquele que consiste em “considerar-se como uma luz”!

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

SEGUNDA-FEIRA – 1/DEZEMBRO/2014

STO. SEDMUNDO CAMPION (1540-81) e ROBERTO SOUTHWEL (1561-95). Padres jesuítas, mártires por regeitarem o anglicanismo do rei Henrique VIII. Canonizados pelo Papa BTO. Paulo VI, em 1970, juntamente com os “Quarenta mártires de Inglaterra e Gales”.

BeatoCharlesDeFoucauldBTO. CHARLES DE FOUCAULD (1858-1916).“O meu apostolado terá de ser apostolado de bondade. Ao ver-me dirão: “Se este homem é tão bom, a sua religião deve ser boa”, escrevia o BTOCharles de Foucauld, cuja espiritualidade suscitou numerosas famílias religiosas. Foi beatificado, em Novembro de 2005 pelo Papa Bento XVI.

Isaías 2, 1-5 ; Sal 121,1-9 ; Mateus 8, 5-11

Entramos no tempo do Advento a ouvir hoje o evangelho do Centurião de uma maneira renovada. Sim, é verdade que “não sou digno que O Senhor venha viver sob o meu tecto” (“unter mein dach”, diz-se em alemão), e nós repetimo-lo em cada Eucaristia. Mas o que é este tecto ? Para lá da casa física, o tecto evoca aqui a casa espiritual, o coração do homem : Cristo tinha entrado bem fundo no coração do Centurião, e Jesus admira-o como homem rico de grande fé. Todavia, o tecto também pode ser a imagem daquilo que o homem constrói por cima da cabeça e que o separa do céu e, então, esse tecto é o pecado que o torna indigno de Deus. Somos assim colocados perante duas disposições fundamentais em permanente tensão no coração do homem : por um lado a cons-ciência da nossa indignidade, do nosso pecado, no qual Deus não pode consentir; por outro, a fé em Cristo, a confiança na Sua vinda às nossas vidas, para nos salvar. Sim, O Senhor vem, e vem curar-nos a todos ! Descobrir em quê necessitamos ser curados, eis uma bela forma de prepararmos o Natal. Recordemos a interrogação que fazia mestre Eckhart (séc.XIII): “Para que servirá Cristo ter nascido há já tanto tempo num estábulo, se Ele não nascer hoje no teu coração?”

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

I DOMINGO DO ADVENTO – 30/NOVEMBRO/2014

MartirioDeSantoAndreSTO. ANDRÉ, APÓSTOLO (séc.l). Pescador como seu irmão Simão-Pedro, foi o primeiro discípulo a quem Jesus chamou. Depois dO Pentecostes partiu a evangelizar a Grécia e a Ásia Menor. Aprisionado em Patras, morreu mártir, crucificado numa cruz em forma de “X”, cha-mada por todos os engenheiros e arquitectos de “cruz de STOAndré”. É uma disposição estrutural que impede as construções de colapsarem pela acção do vento ou dos sismos.

Is. 63,16b-17.19b; 64, 2b-7 ; Sal 79, 2ac. 3b.15-16.18-19 ; 1 Cor.1, 3-9 ; Marcos 13, 33-37

VigiaiPoisNaoSabeisQuandoViraOSenhorPrimeiro domingo do Advento. Estamos a ganhar dinamismo para entrar no ano 2015 de N. S. Jesus-Cristo. O Advento, pode comparar-se a uma escadaria grandiosa que sobe para o Natal; o Oitavário do Natal é como um pórtico magestoso de entrada no ano; a festa de Maria Mãe de Deus, como porta que se abre para um novo ano de graças. O Advento é tempo para reaprendermos a viver na presença dO Senhor, e nos prepararmos para viver todo o ano como companheiros de Jesus. Por isso, a 1ª palavra de ordem é : “Vigiai !” Vigiai, porque não sabeis quando virá O Senhor da casa. A atenção à Sua presença vive-se nos dois dinamismos do amor : amor a Deus e amor ao próximo. Devemos permanecer muito atentos à presença de Jesus com a nossa fidelidade à Eucaristia dominical, que celebramos “enquanto aguardamos a Sua última vinda”, e com a oração e a meditação das Escrituras. Muito concretamente, trata-se de renovar uma fidelidade real à oração quotidiana, à celebração do domingo, ao sacramento do perdão recebido pessoalmente, para que amemos Jesus antes de tudo o mais. Devemos igualmente tornar-nos atentos à presença dos nossos irmãos para melhor os amar, também a eles. Vigiar para se ter um coração disponível aos que têm necessidade de atenção, de ajuda ou de consolação, sejam eles familiares, amigos, colegas de trabalho, ou meros encontros de passagem. Deus, nosso Pai, veio até nós e chama-nos para vivermos em comunhão com O Seu Filho, Jesus Cristo. Se vigiarmos nessa comunhão, deixar-nos-emos encontrar!

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

SÁBADO – 29/NOVEMBRO/2014

SaoRedentoDaCruzBTOS. DIONíSIO DA NATIVIDADE, REDENTO DA CRUZ e CC (638). Carmelitas descalços (o 1º belga, e o 2º o português Tomás Rodrigues Cunha (1598-1638), martirizados em Achém com mais 60 portugueses. Leão XIII canonizou-os (1900).

Apocalipse 22,1-7 ; Sal 94,1-7 ; Lucas 21,34-36

ESTAR VIGILANTES (Lucas 21,34-36). Jesus quer que sejamos sentinelas, vigilantes, à espreita dO Reino. A sua vinda não deve situar-se num futuro distante e inacessível mas no hoje dO Deus-connosco, O Emanuel. As celebrações que vamos realizar no final do Advento recordam-nos com muita força que, entre o nascimento de Jesus e o Seu regresso em glória, existirão sempre “umas vin-das intermédias”, que S.Bernardo gostava de chamar de “visitas dO Verbo” à alma, e que são tão súbitas como inesperadas. Peçamos a graça de todos os nossos irmãos e irmãs em humanidade viverem o fim do ano litúrgico em “estado de visitação”.

“Meditações Bíblicas”, trad. das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.