NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO. Termina esta semana o ano litúrgico “A”. A partir do próximo domingo, o Advento é a abertura do novo ano “B” dO Reino de Deus. Vamos continuar a busca da santidade, abrindo-nos ao que O Senhor quiser revelar-nos.
S. CLEMENTE I (99). 3º sucessor de São Pedro. É-lhe atribuida uma Carta aos Coríntios, evocativa do início da Igreja e das suas dificuldades e conflitos, que lhes recordava o ideal evangélico. Morreu mártir afogado.
Ezequiel 34, 11-12.15-17 ; Sal 22, 1-3. 5-6 ; 1 Coríntios 15, 20-26. 28 ; Mateus 25, 31-46
UM ANTE-GOSTO DO REINO (Mat.25,31-46). A celebração de Cristo “Rei do universo” remete-nos para as representações políticas, apesar das leituras nos mostrarem que Jesus não é um príncipe terrestre. O Evangelho do Julgamento Final insiste todavia sobre a eficácia social e política da aceitação da res-surreição de Cristo. Devido às suas fragilidades, os justos agiram mal simplesmente e sem cálculo. Os dispostos no lado mau foram denunciados pela ausência de compaixão concreta, e a sua duplicidade foi firmemente desmascarada. Se tivessem sabido que, na pessoa daquele pobre, era O Rei que se apresen-tava, ter-se-iam imediatamente posto ao Seu serviço, mas por interesse. Esta festa litúrgica ajuda-nos a compreender que, quando a graça da eter-nidade se saboreia no interior das nossas existências quotidianas, a fé na ressurreição de Cristo não é apenas uma experiência íntima. É nos compromissos humanos que testemunhamos o nosso baptismo. De facto, a fé cristã é, ao mesmo tempo mística e política, secreta e visível, interior e eficaz. Todavia, essa espessura política da fé não é senão um ante-gosto dO Reino definitivo de Deus e isso deveria impedir o cristianismo de pretender substituir-se ao Estado. A Igreja só reclama a liberdade religiosa, tanto para ela como para todas as religiões. A fé impele-nos a agir e a testemunhar na sociedade, mas ela também nos permite descobrir que O Reino de Deus nos precede, porque O Espírito Santo actua na história e no coração de cada um. Jesus transporta os que O ouviam aos últimos tempos, quando O “Filho do homem” vier “na Sua glória” e Se sentar sobre o trono. O “Filho do homem” é descrito como um rei, que pode convocar todas as nações. O nome de “Senhor” que lhE é dado ressoa como o nome próprio de Deus na Bíblia. “Todas as nações” são convocadas. Os homens são separados em dois campos. “À direita”, lugar de honra tradicional, vêm os “benditos” dO Pai, os “justos”, que recebem em herança O “Reino”, a “vida eterna”. “À esquerda”, os “malditos”, privados dO Reino, “irão para o castigo eterno”. Que fizeram os justos para estar no bom campo? Eles aceitaram, (ajustaram-se), à Lei divina que exige justiça e rectidão nas acções, e fizeram-no sem procurar a recompensa dO Rei. Eles encontraram, sem o saberem, O próprio Senhor na casa daqueles que socorriam. E que fizeram os malditos? Nada!, nem se mexeram, e não podem por isso ir para junto dO Senhor.
“Meditações Bíblicas”, trad. das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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