Apartes

SEXTA-FEIRA – 21/NOVEMBRO/2014

ApresentacaoDeNossaSenhora_bAPRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA. A Igreja do Oriente celebra desde o séc.Vl esta festa, tão rica de significado, em que São Joaquim e Santa Ana apresentam nO Templo a jovem Maria.

Zacarias 2, 14-17 ; Sal 45,11-12. 13b-14.15b-16 ; Mateus12, 46-50

“…COMO SUA PORÇÃO NA TERRA SANTA.” (Zacar.2,14-17). Um texto célebre do regresso dos exilados a Jerusalém. O Senhor vem novamente habitar no meio do Seu povo. O vocabulário é de eleição : “tomar posse”, “escolher”, “seu património”(seu domínio), que denota um elo exclusivo entre O Senhor e Israel. Uma expressão sobressai : “na terra santa” ; não se trata do país, nem da Terra Santa no sentido actual do termo, mas mais precisamente de “solo”. O solo que Deus confiou ao homem para o cultivar e dele re-tirar o seu alimento, será, a partir de agora, o lugar para onde Deus vem viver no meio dos Seus. Tata-se de um solo “santo”, porque é um dom de Deus que, até na actividade humana mais simples, se torna presente para dar a vida. E isto é verdadeiro para todos os povos.

“AQUELE QUE FAZ A VONTADE DE MEU PAl…” (Mat.12,46-50). Neste dia da Apresentação de Maria no Templo, preparamo-nos para entrar no Ano dedicado à vida consagrada. Caminhar a seguir as pégadas de Cristo, diz respeito a todos, porque todos desejamos ser Seus “irmãos e irmãs”, na proximidade de Maria, que a Igreja escolhe hoje para nos apresentar como alguém que sabe fazer cons-tantemente a vontade dO Pai. Com ela, tentamos aprofundar a nossa maneira de rezar o “Pai Nosso” para descobrirmos que há mais alegria em fazer prevalecer em nós a vontade dO Pai do que em fazer triunfar a nossa…

“Meditações Bíblicas”, trad. das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris. Selecção e Síntese: Jorge Perloiro.

SÁBADO – 15/NOVEMBRO/2014

SaoJosePignatelliS. JOSÉ PIGNATELLI (1737-1811). Este jesuíta, nascido numa grande família de Espanha, trabalhou na restauração da Companhia de Jesus, dissolvida por Clemente XVI, em 1773.

SantoAlbertoMagnoSTO. ALBERTO MAGNO (1193-1280). Dominicano, Doutor da Igreja, bispo de Ratisbona e professor de filosofia e teologia nas universidades de Paris e de Colónia; S.Tomás foi o seu discípulo predilecto. Alberto tentava ainda, no estudo e oração, harmonizar as ciências na-naturais com as da revelação divina. Lefebre d’Etaples dizia serem Aristóteles, Salomão e Alberto os 3 maiores “génios” da humanidade. S. Pio XII declarou-o patrono dos cientistas.

3 João 5-8; Sal 111,1-6; Lucas 18,1-8

A ORAÇÃO, EXPRESSÃO DA FÉ (Luc.18,1-8). Nós não pedimos nada a quem não tivermos confiança. E ao contrário, estamos seguros de ser escutados e atendidos por uma pessoa que mereça a nossa confiança. É por acreditarmos em Deus Pai que lhE confiamos os nossos pedidos sem perder a coragem, com insistência, até com impertinência. Mas aceitaremos nós a pergunta de Jesus?: será que temos fé? Senhor, faço-Te hoje dois pedidos que Tu escutaste nos caminhos da Palestina: “Aumenta em nós a fé !” (Luc.17, 5), e “Vem em socorro da minha pouca fé !”(Marc.9, 24). Tu não podes negar-te a Ti mesmo, Tu “és” Aquele que não pode abandonar-nos.

“Meditações Bíblicas”, trad. dajes Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e Sìntese: Jorge Perloiro.

QUINTA-FEIRA – 13/NOVEMBRO/2014

SaoDiogoDeAlcalaEmExtase_MurilloS. DIOGO DE ALCALÁ (1400-63). Franciscano espanhol, foi porteiro no convento de Arizafa e depois missionou as Canárias. No ano jubilar de 1450 em Roma (ano da canonização de S.Bernardino de Sena), estavam ali 4000 franciscanos vindos de todo o mundo e, ao declarar-se uma epidemia, ele foi encarregado da enfermaria. Taumaturgo, beijava os empestados, o pão e os remédios multiplicavam-se nas suas mãos, e chegava a salvar os moribundos. Um quadro de Murillo representa-o elevado em êxtase na cozinha, com os anjos a tratar das refeições. Cem anos após a morte, o rei Filipe II, abriu o túmulo para pedir a cura do filho com traumatismo craniano (caíra dum cavalo). O toque no seu corpo incorrupto curou o príncipe!

Filémon 7-20; Sal 145,7-10; Lucas 17,20-25 

“COMO UM IRMÃO QUERIDO” (Filémon 7,20). Que família esquisita! A casa, mais que os familiares (oikos), era a estrutura de base da sociedade greco-romana: o pai de família reinava ali como senhor da sua mulher, dos seus filhos, dos criados e dos escravos. Um escravo fugitivo merecia a morte. Ora Paulo fizera de Onésimo em fuga um cristão, ele tinha-o gerado em Cristo, como fizera com Filémon, o senhor da casa. A partir de agora, se reenvia Onésimo ao seu senhor, Paulo quer que este o receba já não como escravo, mas como irmão muito querido, como se o acolhesse a si próprio. Quando as famílias se tornavam cristãs, a sua estrutura interna ficava inteiramente subvertida. Na Igreja-família, não há nem esravo nem homem libre, todos são irmãos em Jesus Cristo!

“O REINO DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS…” (Lucas 17,20-25). Todos conhecemos o jogo das crianças que escondem um objecto e cuja posição indicam à medida que se procura, dizendo: “frio, quente, quente, a escaldar…” O Reino de Deus é um tesouro escondido. Se dás o teu pão àquele que tem fome, tu estás quente. Se libertas o teu irmão acorrentado, tu estás quente. Se dás um copo de água ao que tem sede, tu estás quente. Se, pobre, humilhado, com fome e sede de justiça, vives as Bem-aventuranças, tu estás quente. Se dás a vida por amor, tu estás quente. E finalmente, és tu próprio que escaldas. Sim, tu estás a arder com o mesmo amor de Cristo! A nossa fé faz-nos reconhecer os sinais dO Reino; a nossa esperança faz-nos aguardar Cristo na Sua glória que iluminará o mundo. Entretanto, é a noite de provação. Senhor, faz de mim um crente à espera dos Teus sinais e um vigilante que aguarda a Tua vinda !

“Meditações Bíblicas”, trad. dajes Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e Sìntese: Jorge Perloiro.

QUARTA-FEIRA – 12/NOVEMBRO/2014

SaoJosafatSÃO JOSAFÁ (1580-1623). Nascido na religião ortodoxa, entrou com 20 anos na Igreja da Ucrânia unida a Roma (Igreja Ortodoxa Uniata). Josafá não foi o único. Como ele, em 1596, muitos bispos ucranianos e bielorrussos do Metropolita de Kiev decidiram confirmar sua união com a Sé Apostólica de Roma através do “Tratado de Brest”. Homem da oração e do silêncio, S. Josafá, mártir pela união das Igrejas, foi ainda o reformador da Ordem de S. Basílio Magno com João Velhamen Rutskyj. Nomeado, em 1618, arcebispo de Polotsk (actual Bielorússia), foi morto pelos ad- versários da Igreja católica numa visita pastoral a Vitebsk. Exemplo para os religiosos e patrono do ecumenismo, foi o primeiro santo da igreja do oriente a ser canonizado (em 1876 pelo Papa Pio IX). Pio XI proclamou S. Josafá, em 12 de novembro de 1923, no 3º centenário do seu martírio, Padroeiro da união entre os cristãos ortodoxos e católicos.

Tito 3,1-7; Sal 22,1-6; Lucas 17,11-19

JesusCuraOsDezLeprososDAR UM PASSO PARA A SALVAÇÃO (Lucas 17,11-19). Jesus ouve o grito de dez leprosos, que evidentemente não ousam aproximar-se. Então Ele cura-os de longe. Mas para serem “salvos” ainda é necessário que dêm mais um passo, o do reconhecimento: glorificar a Deus e dar graças a Jesus. Só um o fez e era samaritano! Sómente um alcançou, graças à sua fé, a cura total. Ele não foi apenas curado, mas também salvo. Assim “Deus, NºSalvador, manifestou a Sua bondade e o Seu amor para com os homens, Ele salvou-nos…”, escreve Paulo a Tito. Senhor, que eu nunca considere a Tua salvação como uma obrigação, mas como um dom, para o qual eu sou conTigo um protagonista. “E os outros nove, onde estão ?” Boa pergunta! Escuto hoje Jesus a colocar-ma como convite para ir à procura desses outros nove que não voltaram para Ele. Não seremos nós que devemos apontar, aos outros homens como estes, a fonte da salvação, anunciando-lhes que O Salvador tem um rosto: Jesus-Cristo ? E como fazê-lo, senão dando graças por tudo o que O Senhor faz por nós? Os cristãos são os pecadores perdoados que tendo recebido a misericórdia, vão anunciá-la aos seus irmãos e irmãs. Então, como o leproso curado que voltou para Jesus, nós seremos verdadeiras testemunhas de Cristo. Dêmos-lhE graças em alta voz para ser bem ouvidos por todos.

“Meditações Bíblicas”, trad. dajes Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e Sìntese: Jorge Perloiro.

TERÇA-FEIRA – 11/NOVEMBRO/2014

SaoMartinhoEOMendigo_ElGrecoS. MARTINHO (316-97). É um santo muito popular na Europa. Soldado duma caridade lendária, terá repartido a capa com um mendigo que morria de frio, imagem de Cristo sofredor. Convertido ao cristianismo, fez-se eremita, fundou o mosteiro Ligugé e, como bispo de Tours, foi decisivo na evangelização da Gália.

Tito 2, 1-8.11-14 ; Sal 36, 3-4.18. 23. 27. 29 ; Lucas 17, 7-10

SERVIR…, SERVIR APENAS (Luc.17,7-10). De facto, Deus não precisa dos homens, mas parece ter necessidade da sua disponibilidade para cumprirem a missão de servos. É isso que alegra o coração de Deus. Então, o mais importante não é procurar a utilidade do que fazemos, mas sim a qualidade do nosso ser. O homem sómente é grande se “servir”, e, só de Deus recebe o julgamento. Só Ele pode declarar alguém como “bom servo”. Mas há dever e dever: aquele dever que se é obrigado a cumprir de má vontade, e o dever que se cumpre com alegria e felicidade, a servir Deus e ao próximo. Senhor, ajuda-me a não procurar em primeiro lugar a eficácia do que faço, mas a viver aquilo que Tu me pedes para ser: um servo! Jesus, que os discípulos por vezes chamavam Mestre, define-Se sobretudo como Servo, porque Ele veio não para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida. Servir é portanto dar e dar-se. Que formidável escola de vida! Com frequência gostariamos de escolher a maneira de servir e quereriamos fazê-lo de forma grandiosa e visível. Mas à força de fazer obras para Deus, arriscar-nos-emos a não fazer a obra de Deus. Servir aí onde estivermos, com aquilo que somos, eis a verdadeira grandeza de qualquer serviço!

“Meditações Bíblicas”, trad. dajes Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris). Selecção e Sìntese: Jorge Perloiro.