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Conversas com fé – 15 JUN 2023

No dia 15 de Junho, em Miraflores, às 21h, teremos a oitava e última conversa com fé deste ano pastoral, a cargo do Padre Gonçalo Portocarrero. Desta vez o tema é: «O pecado original: mito ou realidade?». Estamos à vossa espera!

No próximo ano pastoral recomeçamos, se Deus quiser.

SOLENIDADE DE S.PEDRO e S.PAULO, Apóstolos – 29JUNHO/2022

CombatiOBomCombateAs três leituras da festa dos santos Pedro e Paulo dizem-nos o que significa conhecer Cristo, O Filho de Deus vivo.  Significa viver na Sua intimidade e trabalhar sem descanso na construção da Sua Igreja. Significa, tal como estes dois Apóstolos, aceitar até a prisão e o martírio ; e também ficar fiel até ao fim… Esta figura de Edourd Louis Edy-Legrand (1892-1970) representa a prisão de S.Paulo em Jerusalém, situação que o levou até Roma onde, prisioneiro, continuou, nas suas Encíclicas, o “bom combate” da defesa fé. Hoje vão ser ordenados no mundo muitos sacerdotes. Será a eles em especial que Jesus fará a pergunta: “Para vós, quem sou Eu ?”  E é uma resposta profunda que Ele espera. As vocações consagradas não são um assunto que possamos olhar com distanciamento.  A profundidade da resposta dos novos (e antigos) padres depende da qualidade da nossa vida cristã, e a sua fidelidade depende da profundidade da nossa.

Actos 12,1-11 ; Sal 33, 2-9 ; 2 Timóteo 4, 6-8.17-18 ; Mateus 16,13-19

LibertacaoDePedro_MurilloQUANDO DEUS VEM LIBERTAR-NOS (Act.12,1-11). Se a leitura deste texto dos Actos dos Apóstolos for feita superficialmente corre-se o risco de ficar indiferente. De facto, ele transmite um estilo “maravilhoso” que parece nunca acontecer nas nossas vidas.   Porém, se estivermos atentos aos contrastes, ao simbólico, à mudança que se dá na situação do personagem principal, descobre-se que o relato fala de uma experiência que está na base da conversão do cristão : a  passagem da situação de prisioneiro à de ser livre. De facto, o autor fala com insistência por um lado na prisão e acorrentamento de Pedro, e por outro, na forma da sua libertação inesperada.  Uma libertação devida, é verdade, à intervenção de Deus, mas que só acontece com a participação do beneficiário, implicando que ele passe da condição de adormecimento à de alerta, tenha confiança plena, e se revista do traje de viajante(traje necessário para celebrar a Páscoa antes da saída do Egipto, no Livro do Êxodo (12,11.31). Todos conhecemos esta sensação de aprisionamento e de alienação por causa dos nossos medos, cobiças, rancores e várias dependências. Talvez nós já tenhamos vivido igualmente uma libertação, fosse ela devida a um toque dO Espírito, a uma palavra da Escritura, a um irmão ou uma irmã, a um acontecimento? Então abriram-se as portas.  Talvez tivéssemos, como Pedro, dificuldade em acreditar? Seja como for, este texto é uma mensagem de esperança que relata uma experiência de tipo pascal.  Aliás, tem muitos pontos de contacto com os relatos da Paixão e da Ressurreição: Cristo encerrado no túmulo, ligado pela morte e as faixas da mortalha e que todavia Se “ergeu”. Finalmente, a referência à Igreja orante deve despertar a nossa responsabilidade e solidariedade na libertação dos outros. Motivo para relançar a nossa oração de intercessão.

“E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?” (Mateus 16,13-19). Ao fazer esta pergunta aos Apóstolos, Cristo espera uma resposta profunda. Porque é possível facilmente dizer, como Pedro, “Tu és O Messias, O Filho de Deus vivo” sem que a resposta seja satisfatória;  sem, se conhecer verdadeiramente aquele que se designa. A resposta do intelectual nunca provocará a conclusão de Jesus: “Tu és feliz !”. O empenhamento em seguir O Senhor como sacerdote ou diácono não evita os combates nem os insucessos pastorais.  Mas o que dá ânimo para prosseguir a missão recebida é a comunhão dos baptizados na oração e o auxílio dO Altíssimo. Nenhuma época é fácil para realizar o trabalho de evangelização que Cristo nos pede. A recusa da verdade, a preferência por outros caminhos espirituais na maioria ilusórios, as perseguições mais ou menos fortes e até por vezes o desinteresse, tudo isto vem perturbar os primeiros passos de quem se lança na corrida ao serviço do Evangelho. Para se perseverar nesta via é preciso estar enraízado na oração e na leitura da Palavra.

“Meditações Bíblicas”, tradução das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort  (Supl.Panorama, Ed.Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

1º SÁBADO – 6/DEZEMBRO/2014

SaoNicolauDeBariS. NICOLAU DE BARI (324). Bispo de Mira, a vida deste santo está tecida de muitas lendas. As relíquias, roubadas por comerciantes italianos, foram trazidas para Bari. Padroeiro das crianças, dá-lhes muitos presentes no Natal.

Isaías 30,19-21. 23-26 ; Sal 146,1-6 ; Mateus 9, 35–10,1. 6-8

Jesus diz-nos que a vinda dO Reino de Deus “não se deixa ver”, porque O Reino está “no meio de vós”. O Natal anuncia-se numa extrema discrição, aquela do silêncio do coração de Maria e da confiança, cheia do amor e disponibilidade, de José : peçamos aos dois que saibamos ser as testemunhas maravilhadas desta Vinda, que o mundo aguarda cada vez mais, sem o saber e sem o querer…

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

1ªQUINTA-FEIRA – 4/DEZEMBRO/2014

S. JOÃO DAMASCENO (650-749). “A oração é a elevação do espírito para Deus”, ensinava o monge João Damasceno, autor fecundo que compôs a 1ª grande síntese da teologia bizantina. Chamado “Doutor da Assunção” por causa das obras sobre a Assunção da Virgem, é Doutor da Igreja desde 1890. “O mundo é reflexo da inteligência e da beleza de Deus”. “Toda a terra é um ícone vivo da face de Deus”, escrevia na defesa contundente que fazia dos ícones sagrados.

STA. BÁRBARA(séc.lll). Segundo a lenda STABárbara era filha de Dióscuro, um comerciante rico. Natural de Nicodemos (Turquia), o pai, pagão e inimigo do cristianismo, proibiu-lhe os contactos com a comunidade cristã, prendendo-a numa torre, onde ela, mesmo assim, foi baptizada. Mandada decapitar, o carrasco terá sido logo atingido por um raio. Invocada nas trovoadas.

Isaías 26,1-6 ; Sal 117,1. 8-9.19-21. 25-27a ; Mateus 7, 21. 24-27

ConstroiATuaCasaSobreARochaESTAR FUNDADO SOBRE A ROCHA (Mat.7.21.24-27). Com Cristo, estar fundado sobre a rocha que Ele constitue não é questão de “material”, mas de solidez, e da consistência responsável com que O escutamos. Que homem será tão inconsciente que vá construir a sua casa nas areias movediças? Que discípulo de Cristo andará transviado ao ponto de ouvir as Suas palavras sem nunca as tentar sequer pôr em prática? O erro é, construirmos sobre a rocha só algumas divisões da nossa casa, e aplicarmos também as palavras de Cristo unicamente a alguns domínios da nossa vida. Ao chegarem as dificuldades naturalmente as partes frágeis são derrubadas, mas as restantes divisões da casa ficam certamente inutilizadas, mesmo que, porventura, não vier a colapsar tudo. Unifiquemos pois a nossa casa, unifiquemos a nossa vida! Imitemos, como diz São João Crisóstomo, a “Cristo, esse homem sábio que constrói toda a Sua casa, a Sua Igreja, sobre a pedra, ou seja sobre a força da fé.” O Natal que se aproxima é a Boa-Nova que vem até nós, é a pedra angular que permite arquitectar as nossas vidas em fundações não apenas sólidas, mas indestrutiveis. O Advento reensina-nos a limpar os nossos ouvidos para que possamos escutar melhor!

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.

QUARTA-FEIRA – 3/DEZEMBRO/2014

S. FRANCISCO XAVIER (1506-52). STO. Inácio de Loiola converteu-o, apesar da sua forte resistência inicial, repetindo-lhe a frase de Jesus : “Que que importa ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?” Com São Pedro Fabro esteve igualmente na origem da Companhia de Jesus. Depois, ao serviço do Padroado do Oriente da Corôa portuguesa, dedicou-se de alma e coração, na Índia, Molucas e Japão, a dar a conhecer Cristo, e pode por isso dizer-se que, na sua curta existência, “conseguiu ganhar o mundo inteiro e salvar a sua alma !”. Morreu antes de poder entrar na China, como era seu ardente desejo. É um dos padroeiros das Missões.

Isaías 25, 6-10a ; Sal 22,1-6 ; Mateus 15, 29-37

JesusAlimentaAMultidao_HerreraELE PARTE DO POUCO QUE NÓS TEMOS” (Mat.15,29-37). Porquê, nesta primeira semana do Advento, a liturgia terá escolhido o evangelho da multiplicação dos pães? O que será que ele nos anuncia sobre Aquele que vem ao encontro das nossas vidas, entregando-Se ao mundo? Algo com um significado muito importante: ao contrário de nós, que agimos quase sempre a partir daquilo que nos falta, do que não temos, Jesus parte do pouco que já temos para o multiplicar, para o fazer frutificar. Isto é um sinal de enorme importância para a nossa esperança, que tem sempre necessidade de ser confortada e consolidada. “…Eles estão coMigo há três dias e nada têm para comer!”. Jesus sentiu-Se compadecido, mas não teria também Ele fome, depois de passar três dias cansativos em jejum? Ele foi aqui, aliás, “tocado pela compaixão”, o que significa literalmente que é “tocado nas entranhas”: talvez fosse essa a fome que Jesus sentia. Enquanto homem, Ele partilhou certamente a nossa condição humana, inclusivé nas suas necessidades corporais, sentindo fome, sede, sono e cansaço… Mas enquanto Deus, Ele também teve fome, fome de homens e da sua resposta. Da mesma maneira que Cristo teve sede da fé da Samaritana pedindo-lhe de beber, também aqui Ele é“tocado nas entranhas” sentindo fome da fé destas multidões. Por Deus ter fome do homem é que o homem tem fome de Deus; é por Deus nos ter amado primeiro que nós podemos amá-lO e ser saciados nesse Seu Amor.

“Meditações Bíblicas”, trad. dos Irmãos Dominicanos de Saint-Martin de Mondaye (Supl. Panorama, Ed. Bayard). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.